sábado, 10 de março de 2018

Ah, como eu queria que existisse amor eterno.


Ah, como eu queria que o que a gente sente um pelo outro fosse forte o suficiente para te fazer ficar. Para te fazer me amar mais que tudo. Para te fazer ter coragem. Para te fazer permanecer ao meu lado quando o mundo ficar bagunçado ou trêmulo.

Ah, como eu queria que os olhares e sorrisos dos primeiros encontros acontecessem em todos os nossos encontros. Que o amor não ficasse capenga. Que não usasse bengala ou muletas.

Ah, como eu queria que a falta de paciência e a presença da rotina não destruíssem essa relação tão bonita e pura. E que a maldade dos outros jamais nos afetasse.

Ah, como eu queria que o vento levasse nossas asperezas, nossos ruídos, nossas palavras duras. E que nosso coração não empilhasse uma mágoa em cima da outra. E que a gente cicatrizasse rápido. E que as cicatrizes se transformem em marcas bonitas.

Ah, como eu queria que nossos defeitos aprendessem a dançar. Um dia, valsa. No outro, samba. E no outro, bolero. Em cada momento um novo passo.

Ah, como eu queria que existisse amor eterno. Para poder te amar até o último dia da minha vida. De uma forma clichê, antiga e bela.

Ah, como eu queria que nossas mãos enrugadas se tocassem com admiração e respeito. E que continuassem juntas por todo o tempo que ainda nos resta.

Clarissa Corrêa

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