terça-feira, 22 de julho de 2014

“Me deixem sair para onde existem ar puro e risos!”


“Estou bem, só que não tenho apetite. Meus nervos costumam me dominar, especialmente aos domingos; é quando me sinto péssima. A atmosfera é sufocante e pesada como chumbo. Lá fora não se ouve um pássaro, e um silêncio mortal e opressivo paira sobre a casa e se gruda em mim, como se fosse me arrastar para as regiões mais profundas dos abismos subterrâneos.  Ando de cômodo em cômodo, subo e desço escadas e me sinto um pássaro de asas cortadas, que fica se atirando contra as barras da gaiola. “Me deixem sair para onde existem ar puro e risos!”, grita uma voz dentro de mim. Nem mesmo me incomodo mais em responder, só fico deitada no divã. O sono faz o silêncio e o medo terrível irem embora mais depressa, ajuda a passar o tempo, já que é impossível matá-lo."
— O Diário de Anne Frank.

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