segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O anel que tu me destes, Era vidro e se quebrou. O amor que tu me tinhas era pouco e se acabou.


Aquele pequenino anel que tu me deste,
 – Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…
 Assim também o eterno amor que prometeste,
 – Eterno! era bem pouco e cedo se acabou.

Frágil penhor que foi do amor que me tiveste,
 Símbolo da afeição que o tempo aniquilou, –
 Aquele pequenino anel que tu me deste,
 – Ai de mim – era vidro e logo se quebrou…

Não me turbou, porém, o despeito que investe
 Gritando maldições contra aquilo que amou.
 De ti conservo no peito a saudade celeste…
 Como também guardei o pó que me ficou
 Daquele pequenino anel que tu me deste…

Manuel Bandeira

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