quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Sou passarinho e só pouso quando e em quem eu quero, então não tenta me botar na gaiola, que eu morro.


Sou traída pela minha repulsa a romances baratos mais uma vez. Homem barato com conversinha barata, um namoro desesperado e o amor banalizado. Traída ou salva, jogo de sorte. Meu tempo é caro demais pra tanta promoção de alma. Nada me assusta e afasta mais que isso. Quero toda distância possível de gente que se joga nos outros pra descansar, esse povo que suga a vida do outro pra tentar se sentir menos vazio. Me dá até um frio na espinha esse tipo de carência doente. Essa obsessão de não ficar só, essa necessidade que se cria e sufoca. Não passo todos os fins de semanas bêbada pelas ruas, não tenho um carinha pra cada semana, não ando semi-nua mas, acredite, sou livre demais. Sou passarinho e só pouso quando e em quem eu quero, então não tenta me botar na gaiola, que eu morro. Não se mexe rápido demais, que eu fujo. É que gente muito fácil me espanta, não sei lidar com caminho escancarado, acho duvidoso demais quando eu já chego sendo algemada. Não nasci pra algemas, aliás. Desculpa a frieza ou a má metáfora, mas é que produto barato demais custa caro, quando te empurram muito alguma coisa, é quase certo não funcionar bem. Desculpa também minha saída pela janela, meu jeito desastrado de ficar e pior ainda de ir embora. É que ficar por ficar, é pior que qualquer desastre, então vamos pular essa parte. Que amor é sentimento e não arte e eu não sei fingir.
 Marcella Fernanda.

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