sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Você gravou e cravou partes suas em mim, nem precisaria de fotos para te lembrar.


Dia desses a culpa dos meus longos minutos perdidos para a saudade, foi da sua foto achada no computador. Pensei ter te apagado do alcance dos meus olhos. Esqueci, meu bem, que você sempre dá um jeitinho de se fazer presente. Você gravou e cravou partes suas em mim, nem precisaria de fotos para te lembrar. Mas a foto, aquela foto, lembrou-me daquele dia. Eu e você almoçando juntos e rindo de todos os casais sentados em volta que sequer conversavam. Deveriam achar que éramos melhores amigos, primos ou irmãos. Mas éramos amantes, e eles nem suspeitavam a nossa força. Na verdade, nem eu suspeitava muita coisa sobre a nossa força. Muito menos que ela quebraria. Você me puxou e disse ‘vamos sorrir para a câmera e deixar eles pensando qual o nosso segredo’. O segredo era que não tínhamos segredos. Tão poucos segredos que eu nem consegui suspeitar de trocas no nosso fim. Sabia que não era por terceiros; era por nós mesmos.
Camila Costa. -

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