quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só. Amém.


Que eu me permita olhar e escutar e sonhar mais.
Falar menos. Chorar menos.
Escutar com meus ouvidos atentos e minha boca estática, as palavras que se fazem gestos e os gestos que se fazem palavras.
Saber realizar os sonhos que nascem em mim e por mim.
Então, que eu possa viver os sonhos possíveis e os impossíveis;
Que eu possa substituir minhas palavras pelo toque,
pelo sentir, pelo compreender, pelo segredo das coisas mais raras, pela oração mental (aquela que a alma cria e
que só ela, alma, ouve e só ela, alma, responde).
Que eu saiba dimensionar o sabor da exuberância que se mostra nas pequenas manifestações da vida.
Que eu possa chorar menos de tristeza e mais de contentamentos.
Que meu choro não seja em vão.
Que eu saiba perder meus caminhos mas saiba recuperar meus destinos com dignidade.
Que eu não tenha medo de nada, principalmente de mim mesmo:
Que eu adormeça toda vez que for derramar lágrimas inúteis,
e desperte com o coração cheio de esperanças.
Que eu me permita ser mãe, ser pai, e, se for preciso, ser órfão.
Permita-me eu ensinar o pouco que sei e aprender o muito que não sei, traduzir o que os mestres ensinaram
e compreender a alegria com que os simples traduzem suas experiências.
render-me ao motivo de quem partiu e aceitar a saudade de quem ficou.
Que eu possa amar e ser amado.
Que eu possa amar mesmo sem ser amado,
fazer gentilezas quando recebo carinhos;
fazer carinhos mesmo quando não recebo gentilezas.
Que eu jamais fique só, mesmo quando eu me queira só.
Amém.
G. Colbert

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