quinta-feira, 21 de junho de 2012

É saudade então, e mais uma vez fiz o desenho mais perfeito que se fez. Entre as tintas que inventei. Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos...


 É saudade então, e mais uma vez
De você fiz o desenho mais perfeito que se fez
Os traços copiei do que não aconteceu
As cores que escolhi
Entre as tintas que inventei
Misturei com a promessa que nós dois nunca fizemos
De um dia sermos três...
Trabalhei você em luz e sombras
E era sempre não foi por mal Eu juro que nunca quis deixar você tão triste Sempre as mesmas desculpas, e desculpas nem sempre são sinceras, quase nunca são.
Preparei a minha tela com pedaços de lençóis que não chegamos a sujar
. A armação fiz com madeira das janelas do seu quarto
Do portão da sua casa fiz palheta e cavalete
E com as lágrimas que não ficaram com você destilei óleo de linhaça
Da sua cama arranquei pedaços que entalhei estiletes de tamanhos diferentes
E fiz, então, pincéis com seus cabelos
Com o batom que roubei de você
E com ele marquei dois pontos de fuga
E rabisquei meu horizonte
E era sempre não foi por mal
Eu juro que não queria machucar você prometo que isso nunca vai acontecer mais uma vez
E era sempre, sempre o mesmo novamente, a mesma traição
Às vezes é difícil esquecer
Sinto muito ela não mora mais aqui
Mas então porque eu finjo
Que acredito no que invento
Nada disso aconteceu assim
Não foi desse jeito.
Ninguém sofreu
E é só você que provoca essa saudade parecia
Tentando pintar essas dores com o nome de amor perfeito
E não te esqueças de mim.
Renato Russo

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