quinta-feira, 16 de junho de 2011

Ando menos romântica e sonhadora. E não sei se isso é bom...



Desde pequenas temos a tendência a eternizar romances. Esse comportamento é naturalmente feminino, afinal, eles são bem mais práticos do que nós. Não gostou? Cospe fora. Não quer? Termina. Acabou a paciência? Arruma as malas e sai de casa. Para eles é assim que a coisa funciona. Não que eu esteja dizendo eles-são-assim-e-nós-assado, mas conheço muitos homens e mulheres. Muitos mesmo. E sei bem que no quesito não-se-incomodar-por-nada-no-mundo eles são mestres. Se todas as mulheres tivessem a praticidade dos homens, bem, não seriam mulheres.
Talvez eu ande menos romântica e sonhadora. E não sei se isso é essencialmente bom e saudável para mim. Logo eu, um ser tão emocional. Tenho ouvido histórias de coisas desfeitas, o que me dá um aperto imenso na garganta. Como pode um amor não ser mais nada? Como pode uma pessoa abandonar aquela vida tão certa, tão direitinha, tão lar-doce-lar? Como? Simples, abandonando. Uma hora as pessoas se enchem umas das outras. Uma hora o amor pode virar as costas. Uma hora uma loura estonteante pode cruzar seu caminho. E te deixar com a cama vazia e o coração em frangalhos.
Tem gente que fala ah-mas-eles-estão-há-15-anos-juntos-uma-hora-desgasta. Não acho. Sabe por quê? O amor não precisa desgastar, a gente pode renovar sempre. É só não esquecer das pequenas coisas, dos bilhetes, da florzinha, do carinho, do cafuné antes de dormir, dos beijos. Os beijos não precisam ficar menos demorados, os abraços não precisam ficar menos apertados, o sexo não precisa ser mais mecânico. A gente não deve deixar o tempo interferir de forma negativa. O tempo, em um relacionamento, deve servir para unir, criar mais intimidade, cumplicidade, deve servir pra gente saber os gostos, os defeitos - e querer ficar pertinho, colado, ainda sentir saudade e vontade.
Tenho medo, confesso. Confesso e repito: tenho medo. Isso que chamam amor pra mim é um sentimento tão importante. Sei que pra alguns outras coisas importam mais, mas o amor pra mim tem importância extrema, fundamental. Sou mulher e nós somos assim. Olha lá eu de novo dizendo elas-são-assim-e-eles-assado. Mas não esqueça: conheço muitos homens e mulheres para fazer tal julgamento. E por falar em julgamento: alguém tem culpa pelo fim da relação? Não. A gente começa um relacionamento a fim de eternizar o romance. Ninguém quer o fim, não. A gente quer continuar junto. A vida, muitas vezes, prega surpresas, nos pega de jeito e diz chega-acabou-deu. E o amor termina.
Não quero que o meu amor acabe nunca. Mas não tenho (infelizmente) o dom de prever o amanhã. Sei que aprendi coisas lindas e inexplicáveis, sei que palavras não cabem aqui para descrever o tanto que amo, sei que se eu fosse contar pra você cada pedacinho da história você ficaria encantada. Só que se for pra acabar, acabou. Se for pra terminar vai terminar - eu querendo ou não. Gostando ou não. Amando ou não. Só espero que você nunca chegue pra mim e diga não-te-amo-mais. Essa frase deve doer muito pra quem ouve. Se for pra acabar, que seja com amizade, respeito e carinho. E que seja para o nosso bem.
  Clarissa Corrêa.

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