sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Por que eu sou tão boa com os outros e tão cruel comigo? Por que eu perdôo todos os seus erros, todas as suas mancadas e não me permito cometer qualquer deslize?

E eu pensava que se conseguisse salvar esse amor estaria me salvando também. Não. A gente não salva o AMOR pra poder se salvar. Primeiro a gente se salva e depois o AMOR chega. Eu demorei pra entender isso. Eu ainda não entendo. Para mim o amor era uma corda que iria me tirar do abismo. Não. Eu preciso sair do abismo sozinha pra só depois o amor chegar. Eu não podia te salvar. Não sem me salvar primeiro. E pra me salvar eu preciso me descobrir. Me olhar. Me conhecer. E como é difícil olhar pra gente. Sem medo e sem máscaras. Por que eu sou tão boa com os outros e tão cruel comigo? Por que eu perdôo todos os seus erros, todas as suas mancadas e não me permito cometer qualquer deslize? Eu te conforto e me maltrato. Eu te perdôo e me condeno. Eu te amo e me engano. Não posso te salvar. Mas posso me salvar. Quem sabe um dia você também não se encontra e vem ser feliz do lado de cá. O lado onde não há espaços para metades, migalhas ou pedaços. Aqui só fica quem é inteiro.


(Alinne Lanzarin)

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