sexta-feira, 25 de junho de 2010

QUASE SESSENTA...

Pois é... estou quase lá...
Decidi então ir em busca de informações que me ajudassem a começar a entender melhor a tal “Terceira Idade”... ou... “Melhor Idade” como querem alguns!

A primeira informação é de que ela começa aos 60 anos...

Será?

Procurando mais um pouco encontrei uma pesquisa realizada sobre esse assunto, cujo resultado foi bem interessante, principalmente vindo de jovens...

47% de entrevistados acha que a Terceira Idade começa entre sessenta e setenta anos.
23% acreditam que ela começa antes mesmo dos 50 anos.
2% acreditam que ela só começa aos oitenta anos


Eu, particularmente, acho que há controvérsias, pois o meu plano de saúde triplicou o valor da mensalidade quando eu completei 58 anos... então...

Descobri também que algumas pessoas acham que Terceira Idade é a idade em que se começa a ficar “caduco”!
E que “caduco” é aquele que começa a despertar manias antigas e outras novas, não fala mais “coisa-com-coisa”, começa também a ficar ranzinza e chato.

Sinceramente, acho que ao longo da vida e em diferentes fases a gente faz tudo isso... e o tempo todo...
Manifestamos nossas manias, criamos novas, no sufoco não falamos coisa-com-coisa, mesmo jovens temos atitudes bem ranzinzas em certas situações e muitas vezes somos bem chatos!
Quem já não fez tudo isso... que atire a primeira pedra!

Diz a “Wikipédia”, que a Terceira Idade varia conforme a cultura e desenvolvimento da sociedade em que se vive.
Em países classificados “em desenvolvimento” como o Brasil, por exemplo, uma pessoa é considerada de Terceira Idade a partir dos 60 anos.
Mas vejam só...para a Geriatria, somente após alcançar 75 anos a pessoa é considerada de Terceira Idade.
Achei consolador!
Um dado é certo: com a chegada da terceira idade, alguns problemas de saúde passam a ser mais frequentes.
Aqui eu assino embaixo...
Principalmente para nós mulheres quando mergulhamos de cabeça na menopausa!
Mas, ainda segundo a “Wikipédia”, não existe um consenso com relação à fronteira que limita a fase pré e pós velhice, nem tão pouco, quais são os indícios mais comuns da chegada nesta fase.
Ela chega... e pronto!
Seja pela idade, que pode ser qualquer uma... seja pelas manias, e aí, se você for mais jovem começa a ficar preocupado......
Mas em algum momento da vida você vai dizer: “acho que estou ficando velho”...
Por tudo que li, entendi que o “bem envelhecer” depende do equilíbrio entre as minhas limitações e potencialidades, que afinal, nunca deixarão de existir.
Por isso tenho que aproveitar cada minuto... cada chance que a vida me dá...
Percebo claramente que desenvolver uma flexibilidade comigo mesma e com a sociedade para me adaptar nessa fase da vida, assim como fiz em todas as outras é básico para ser feliz.
Me lembro muito bem como foi sofrido o adolescer...
A gente cresce ouvindo e acreditando que ao avançar a idade não há muito que fazer.
Que todo o investimento pessoal que se podia fazer já foi feito, principalmente entre a juventude e a fase adulta, e que depois, é só colher os frutos deste trabalho.
A velhice é vista como uma fase sem saída e sem futuro...
Discordo... veementemente!
E infelizmente constato que uma parte da sociedade não vê sentido em cuidar dos problemas existenciais do idoso porque acreditam que não há mais o que construir.
Terapia com idosos, por exemplo, é vista como perda de tempo... de que vai adiantar? Só vai surtir efeito em gente mais jovem... com cabeça boa e um futuro pela frente!
Discordo também... veementemente!
Mas isso também acontece porque alguns idosos acreditam que por terem vivido uma longa e muitas vezes difícil historia de vida, não podem mudar o rumo de sua vida, o modo de pensar ou agir.
Deixam-se levar pelo cansaço, e a gente até entende... muitas vezes a vida não foi mesmo nada fácil... melhor deixar como está...
Eles não entendem que, no caso da terapia, por exemplo, o objetivo não é mudar o jeito do idoso, mas sim dar a ele o acolhimento, o respeito e a compreensão ....
O objetivo maior é fazer com que ele aceite o seu jeito de ser, e descubra maneiras diferentes de viver essa nova fase.
Por isso entendi que compreender (primeiro) e depois aceitar é o caminho...
Essa é a mudança tão necessária...
Aceitar a idade, as limitações e não se prender ao que deixou de ser feito, mas o que ainda poderá ser feito é a grande magia...
Entendi que não posso deixar de pensar na riqueza da minha experiência adquirida com esforço através dos meus anos vividos...
Isso é algo que nenhuma força do mundo poderá me tirar.
E me lembrar sempre que essa riqueza de experiência pode minar ou até acabar se eu me colocar num estado de inércia que fatalmente me levará para o tédio e uma profunda solidão...
Por isso tudo... vou à luta... quero ser uma idosa legal... que se ama e ama a vida!
E ainda deixo um recadinho carinhoso pra você que ainda é muito jovem:
Sorria, chore, desabafe, curta as coisas boas, alimente-se com elas, jogue para o ar o que é ruim...
Mas principalmente... ame a si mesmo...
Só assim você vai conseguir amar o outro...
Lembre-se de que não estamos sozinhos...
A estrada nunca está vazia...


Abraços!

Juliana Ramires

Um comentário:

  1. Adorei o que vc escreveu! Serve de lição para muitos, não apenas jovens ou adultos ou/e pessoas da terceira idade, seja ela após 60, 70,80. Uma lição para ser aprendida, apreendida e repassada!
    Parabéns.

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