segunda-feira, 31 de maio de 2010

Mais variados do que os sorrisos, só os motivos para rir

Há tantos tipos de sorriso quanto de emoções. A gargalhada inesperada, que faz engasgar e sair o refrigerante pelo nariz (e depois gargalhar mais ainda pelo vexame). Risada de fazer lágrimas, queimar a barriga e torcer as pernas para não soltar a bexiga. Tem aquele risinho nervoso, de frio na barriga e vergonha, que dá em montanha-russa e nos segundos antes de subir no palco. Tem o riso histérico também, meio grito, meio louco, meio bruxa má do leste. E riso de escárnio, debochado, de quem queira mesmo era estar chutando a canela. Tem quem ria chorando, no fim de filmes felizes (ou quando, apesar da desgraça, ufa, ainda sobrou uma piada). E sorriso sedutor, dado com o melhor ângulo e lançado com as pestanas meio baixas. Tem acesso de riso, que começa de bobeira, pega um, pega outro, e de repente todo mundo está se contorcendo. Sorriso amarelo para as ocasiões sem graças. O apaixonado, que vem suspirando, Sorriso só lábios esticados para as coisas simpáticas. Tem que rir com os olhos, mesmo quando a vontade é de fazer bico? Tem risadinha de quem fez bobagem. Bom mesmo é riso aberto, largo, com todos os dentes, felicidade pura, um riso assim, de dentro pra fora. E tem sorriso assim, simples, desses que acompanham palavras (de oi, obrigada, tchau) ou despertam por uma música, uma paisagem, um bom gosto – nada de engraçado, a graça está é no jeito de a gente olhar.
Mais variados do que os sorrisos, só os motivos para rir.
(texto Roberta Faria)

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