quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

DESPEDIDA

Pegarei todos os meus sonhos
e os despacharei em envelope pardo,

destinatário incerto, sem remetente
Passarei um pincel escuro no arco-íris
que inocentemente eu desenhei,
carregado de cores.
Amassarei de vez todas as flores de mentirosas
esperanças e arrancarei até mesmo os falsos
botões que estão por vir.

Nublarei a noite quando ela me escancarar a lua cheia,
apagarei uma a uma,
todas as estrelas que teimarem em tremeluzir.
Tingirei de cinza a manhã mais luminosa do
meu santuário emudecerei o canto do meu
sabiá canoro e não farei mais festa para o meu colibri.

Desfarei todas as pegadas do caminho,
onde os teus passos e os meus estiveram perfilados.

Encherei de colcheias e semifusas confusas
todos os fados e canções que arrancaram
lágrimas deste meu coração emocionado.
Farei em pedacinhos,pequenas e grandes
lembranças palpáveis,
sem esquecer aquele CD e o vestido de marquinhas,
aquele que você gostava, mas não chegou a conhecer.
Destroçarei também as recordações não palpáveis,

que um dia me deram provas incontestes do teu amor
E dizimarei todas as angélicas hostes que me
atrelaram a ti, esquecidas da minha dor.
E , se porventura em sonhos,
minha alma desvairada te buscar e,

em prantos te encontrar andando pela rua,
Abraça-me, com aquele carinho de antigamente
Porque sonhando, nossas almas não mentem
E a minha te dirá que ainda...SOU TUA !

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