segunda-feira, 17 de agosto de 2009

**Naldo Velho

Agora eu sei !
Bem, acho que sei...
E este é sempre um mistério:
Saber num dado momento,
Precisar o quanto eu já sei.
Só sei que o muito do pouco que hoje eu sei,
Me foi ensinado e ainda bem,
Pelas mãos de uma mulher.
As vezes delicadas, mestras generosas,
Grandes guerreiras, sempre preciosas,
As vezes e muitas vezes, belas e boas parceiras.
Poucas e raras vezes, ardilosas e traiçoeiras,
Estas costumam sangrar !
Este é o meu caminho,
Foi, é e sempre será !
Desde bem pequenino,
Iniciado ainda menino,
Ousei reter este encanto,
Olhando bem fundo nos olhos,
De quem por puro desejo,
Me ensinou a beber desta fonte.
Me ensinou a transformar o veneno,
Me ensinou a brincar de magia,
Me transformando num poeta,
As vezes um tolo, desastrado, um tonto,
Mas ainda assim num poeta
Que vive a dizer em seus versos
O que de melhor a vida lhe oferta,
O que de melhor ele pode ofertar.
Só me resta então confessar:
Curvo-me ao teu talento,
Reverencio a tua magia,
Ainda bem que eu tenho a chave
Do teu canto, do teu quarto.
Ainda bem que eu guardo entranhado
Em meu corpo, o calor do teu colo.
Até o teu cheiro eu consegui captar...
E mesmo que tranques a porta,
Mudando as chaves, o segredo,
Lá estarei sempre atento
A observar-te guerreira,
Não mais uma princesa, uma rainha !
Não mais estilhaçada aos pedaços,
E sim, soberana do teu próprio destino.
Tenho a revelar porém um segredo,
Não existem paredes ou portas,
Barreiras, distâncias ou fronteiras,
Que impeçam o meu pensamento de ir a algum lugar.
Sou na realidade um bruxo,
Um mago, um anjo caído,
Alguém que por culpa ou castigo,
Vive a andar sem abrigo,
Até conseguir se encontrar.

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