sexta-feira, 12 de junho de 2009

DIÁLOGO DO AMOR
Assim falou, um dia, o Amante à sua Amada:
"- Não quer você seguir, comigo, a mesma estrada?"
"E Ela disse: "- E se for uma grande subida para enfrentarmos, os dois, durante toda a vida?"
"Não temas a subida" - diz-lhe o Amante, "pois o amor nos transporta em sua asa possante."
Mas a Amada persiste: "E se houver muito espinho e muita pedra aguda, ao longo do caminho?"
E ele responde: "Espinho e pedra viram flor quando existe no peito um grande, imenso Amor."
"E se a noite chegar, deixando tudo escuro", - diz ela - "como achar a trilha do futuro?"
"Sossegue!... A minha vida, unida sempre à tua, será brilho de sol, será clarão de lua!"
Mas ela insiste: "E o frio?... a neve em vez de orvalho e a gente a caminhar sem agasalho?"
"Querida, o nosso Amor" - diz ele -"é chama ardente que sempre há de aquecer a existência da gente!"
"E se chegar um dia a fome, em mau momento e a vida nos negar o trigo do sustento?"
"Cavaremos a terra os dois juntos, então, para plantar o Amor que é trigo, fruto e pão!"
"E se formos, depois, por um grande deserto, uma região sem água alguma longe ou perto?"
Mas ele dizia: "Querida, a vida de quem ama, é fonte de onde a água, em ondas se derrama"
"E se o Amor acabar?..." a Amada então hesita... "que nos vai suceder em tamanha desdita?"
"Querida, o Amor não morre, o Amor é puro e terno, porque o Amor é Deus e o grande Deus é eterno!
Não, o Amor não acaba... - o amante respondeu - "se todo Amor for grande assim como este meu.
Ele só acabará quando o sol apagar e não houver mais água alguma em todo o mar!"
E ele estendeu a mão, assim como proposta e ela lhe deu a sua, assim como resposta...
E sorrindo, o bom Deus, que tudo estava a olhar, pôs mais chamas no sol e mais águas no mar!...

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