sexta-feira, 29 de maio de 2009


Pra quê tanta poesia se o que eu queria era ter-te junto a mim?
Por que tem sido assim, tantos rabiscos desencontrados,tantos versos elaborados?
Por que só posso me servir das palavras escritas para expressar esse amor?
E por que ele tem que ser vivido com todo esse freio e esse dissabor que o torna tantas vezes sem sentido?
Meu amor quer te olhar, quer te sentir, te tocar, quer te ver sorrir, te ver, também, chorar e tuas lágrimas secar.
Que amor é esse que vivemos tão diferente de todos que já tivemos?
Que espécie de amor é esse que ronda o meu coração, que pisca na escuridão com sua luz fosforescente como um vaga-lume indiferente e que, por medo de ser encontrado, só no breu fica acomodado?
Que amor é esse silencioso, que foge ao primeiro sinal de que tudo vai mal?
Que amor é esse, implacável, distante, insuportável?
Que amor é esse que anda se perdendo, que faz sofrer e vive ardendo, que adormece e até parece que não deseja mais acordar e que em seu berço esplêndido pra sempre deseja ficar?
Que amor tão novo e tão envelhecido é esse que eu tenho vivido?
Que amor é esse que me abandona, que por vezes subtrai, não soma, que se enrijece, que padece, que tanto me entristece.
O que devo fazer com esse amor que nas minhas mãos foi jogado e no meu coração foi plantado?
E eu que nem queria me apaixonar, que bem distante do amor queria ficar.
E eu que não estava preparada para cair numa nova cilada.
E eu que nunca consigo me controlar e pra fora tudo preciso colocar, apenas tenho a dizer que já não sei mais o que fazer. Parece que certas ilusões estão ruindo, que tanta esperança está partindo e que tu estás indo enquanto eu estou vindo.

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